O presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, insiste na necessidade da aplicação de um regulamento no aeroporto de Lisboa de forma a travar a “degradação da imagem” do setor num dos principais pontos de entrada no país.
Em entrevista à agência Lusa, na véspera de um encontro que vai reunir representantes e delegados da federação a nível nacional, no sábado, Carlos Ramos disse estar preocupado com a “degradação da imagem do setor no aeroporto”.
“Estava previsto um regulamento de conduta, que continha a adesão dos empresários àquela praça, já que há muitos que não querem fazer lá serviço, e um conjunto de regras de admissão”, explicou.
Carlos Ramos adiantou que, durante muito tempo, defendeu a criação de um regulamento para os aeroportos e portos marítimos, mas, como as duas associações que representam os taxistas (a FPT e a ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros) não estavam de acordo, o Governo ia adiando qualquer solução.
Em 2014 foi constituído um grupo composto pela ANA – Aeroportos, pelas duas associações representativas dos taxistas, pelo Governo, pela TAP e pela Área Metropolitana de Lisboa que chegou a concluir “um grande regulamento”, mas o documento acabou por não sair da gaveta ao ser rejeitado pelo então ministro da Economia Pires de Lima.
Segundo Carlos Ramos, a proposta passava, entre outros pontos, por criar uma tarifa fixa de 20 euros para as viagens de táxi com início da zona de chegadas do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e que distem até 14,8 quilómetros (distância a que fica Belém, o local em Lisboa mais longe do aeroporto).
Essa tarifa seria depois adaptada ao aeroporto de Faro e do Porto, bem como aos portos marítimos.
“Estava tudo pronto, havia uma tarifa própria para trabalhar nos aeroportos, a ANA comprometia-se a investir nas infraestruturas para criar regras para os táxis, havia uma leitura dupla com um cartão do motorista e de matrícula para evitar habilidades, além da cobrança de um euro para a ANA, mas caiu”, contou.
Carlos Ramos lembrou que ninguém, a não ser o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, há cerca de sete meses, voltou a defender a criação de uma taxa única.